Central Única de Trabalhadores Camponeses da Província Omasuyos
Resolução e manifesto
O Comitê Executivo Cantón Achacachi de trabalhadores camponeses e o Comitê Cívico de Achacachi, JUntas de vizinhos, Transportistas e forças vivas da cidade.
CONSIDERANDO:
- Que, frente a feitos contra nossos irmãos de Warisata e Sorata, é necessário assumir ações de defesa para deter a ação de guerrilha e a política de massacre e morte que vem aplicano o governo de Gonzalo Sanchez de Lozada.
- Que, o governo em vez de buscar soluções mediante o diálogo, desde há dias atrás tem gerado ação belicosa con sobrevôos rasantes de aviões e helicópteros para gerar um clima de alta tensão social na província Omasuyos.
- Que, o desdobramento de forças armadas e com o apoio aéreo militar muito provocativo, para este setor da Província Omasuyos é uma ostentação de força como se Achacachi, Warisata e outros setores dessa província fossem os inimigos a extinguir por parte do governo que prejudica com a política neoliberal que vem executando.
- QUE, O ESPÍRITO DO POVO ANDINO DESTA PROVÍNCIA É UM GRITO DE NÃO À EXPORTAÇÃO DE GÁS CHILE, SENÃO A SUA INDUSTRIALIZAÇÃO E USO PARA OS BOLIVIANOS.
- Que, Sanchez Berzaín "Ministro de Defesa da Política Neoliberal" e inimigo dos camponeses da Província Omasuyos, pessoalmente veio provocar este povo e insultar a dignidade indígena e originária pisando este solo andino com seus pés ensangüentados de sangue aymara de anos atrás, e só com a presença deste assassino foi gerado um ato de provocação a nosso povo.
Por tudo isso:
YO Comitê Executivo de Cantón Achacachi de trabalhadores Camponeses e o Comitê Cívico de Achacachi, Juntas de vizinhos, Transportistas e forças vivas desta cidade, em defesa da dignidade de nosso povo e comunidades originárias da província Omasuyos;
RESOLVE:
- Primeiro - Ante o sangue derramado de nossos irmãos de Warisata com três mortos e uma dezena de feridos, declaramos intensificação dos bloqueios de caminhos e fechamento do ingresso de produtos agrícolas à sede do governo.
- Segundo - O bloqueio de caminhos deve ser efetuado a partir da data de forma bem organizada portando todo tipo de instrumentos e armas de defesa de nossos antepassados e guerreiros milenares para responder a qualquer agressão vinda da parte do exército de Sanchez Berzaín.
- Terceiro - Declarar duelo em nível provincial com o içamento de Wiphalas com tarjas pretas em todos os edifícios e domicílios públicos e privados por 30 dias.
- Quarto - Declarar estado de sítio contro os militares e policiais, em caso de infringirem esta resolução suprema do povo aymara, seqüestrar os militares e seus familiares, e tomar para reféns os seus filhos que estudam em diferentes escolas e colégios de Achacachi.
- Quinto - Requerer que se constituam de imediato os representantes parlamentares de todos os partidos que representam o povo aymara desta província neste território de dignidade nacional para assumir junto com eles ações de feito; em caso de eles não retornarem às bases, declaramos traidores e cúmplices destes massacres.
- Sexto - Organizar o Alto Mando de Defesa e Resistência da Província Omasuyos para estruturar e fortalexer forças de dignidade em todos os setores.
- Sétimo - Em cada comunidade e zona, deve organizar-se colunas de defesa com a participação de jovens reservistas, ex-policiais, premilitares, com militares aposentados e com pessoas voluntárias. Cada comunidade deve estabelecer seu próprio mando de direção de defesa e resistência. Toda instrução de ação será determinada pelo Alto Mando de Defesa e Resistência.
- Oitavo - Os Comitês de Bloqueio passam a formar parte a partir da data, como Conselho e Direção de Resistência do Alto Mando da Província.
Escrito aos vinte e um dias do mês de setembro do ano de dois mil e três na cidade de Achacachi.
RESISTÊNCIA DIGNA DO POVO CONTRA O GOVERNO!
JUSTIÇA COMUNITÁRIA E MORTE AOS MILITARES E GOVERNO!