Na sexta feira, dia 2, a Marcha dos Sem, que se realiza a sete anos no Rio Grande do Sul, aconteceu junto à Ponte Internacional de Uruguaiana, que separa o Brasil da Argentina.

Cerca de 8 mil pessoas participaram do evento, num dia de muito frio e chuva. Participaram sindicatos da CUT, da PIT-CNT (central uruguaia) e CTA (central argentina), MTD (Movimento dos Trabalhadores Desempregados), entre outras entidades. Sentiu-se a falta dos piqueteiros e "caceroleiros" argentinos.

O eixo central da Marcha era o rechaço à ALCA (Área de Livre Comércio das Américas), mas também protestava contra a retirada de direitos e o desemprego, reivindicava a autodeterminação dos povos e o apoio aos trabalhadores latino-americanos. A entrega da Base de Lançamentos de Foguetes de Alcântara, no Maranhão, ao governo dos Estados Unidos foi outro alvo de críticas da Marcha. Também ficou visível o clima de campanha eleitoral, onde as faixas dos partidos e candidatos muitas vezes acabavam se sobrepondo as faixas do movimento popular.

Alguns manifestantes se deslocaram da concentração do ato e foram em direção à fronteira, onde estava o Exército argentino proibindo qualquer passagem para o país. A polícia federal brasileira revistou alguns manifestantes ligados ao movimento hip hop.

Ao final foi lida a Carta de Uruguaiana, firmada pelas entidades organizadoras, que afirma a ALCA como mais uma forma de colonizar a América Latina, trazendo mais desemprego, perda de direitos e miséria ao povo do continente; e ampliando ainda mais o domínio norte-americano na região.