Entre os dias 31 de outubro e 1 de novembro, ministros de estado de todo o continente americano vão se encontrar em Quito, no Equador para mais uma série de rodadas de negociação sobre a ALCA, a Área de Livre Comércio das Américas.Essas negociações estão sendo feitas em relativo segredo, sem qualquer acompanhamento da sociedade civil e mesmo do congresso dos países. Depois de muita pressão popular, em julho de 2001, os negociadores (representantes dos poderes executivos) resolveram divulgar uma versão confusa e parcial do acordo para conter as críticas, mas todo o processo de negociação posterior continuou sendo feito às escondidas.
Do pouco que se sabe do acordo e com base no que já acontece no NAFTA (Acordo de Livre Comércio da América do Norte), espera-se que essa zona de livre comércio gere perdas ainda maiores aos direitos trabalhistas e ambientais, desindustrialização nos países mais pobres, privatização de recursos naturais e de serviços sociais e um assustador aumento do poder das empresas sobre os estados. A ALCA deve representar, assim, um aprofundamento da exploração e dominação capitalistas.
Não podemos deixar que essas conquistas sociais, fruto de intensas lutas nos últimos 150 anos, sejam totalmente entregues aos interesses das empresas e dos estados. Da mesma forma que as conquistas sociais, trabalhistas e ambientais foram predominantemente conseguidas por meio da ação direta, acreditamos que também apenas por meio da ação direta elas podem ser garantidas.
Por isso, chamamos todos os movimentos horizontais anti-capitalistas do continente para uma série de jornadas anti-ALCA entre os dias 31 de outubro e 1 de novembro para barrar esse terrivel acordo que visa destruir as poucas conquistas sociais que nos restam. Já são previstas inúmeras iniciativas no Equador, Canadá, Brasil, Estados Unidos e outros países. Essas iniciativas fazem parte de um processo de resistência que têm se manifestado em todo o continente e que apareceram com grande força nos protestos de abril de 2001, quando milhares de pessoas saíram às ruas de cidades como Buenos Aires, Québec, São Paulo e Tijuana. Inspirados nos princípios da Ação Global dos Povos, chamamos para atos de educação pública dos possíveis efeitos do acordo e chamamos para ações de protesto em cada cidade buscando conscientizar a população e pressionar os governos a abandonar as negociações.
Que essas jornadas de oposição à ALCA sejam mais um passo em direção a uma articulação ampla de resistência de base ao capitalismo global.
Ação Local por Justiça Global www.alcaralho.org
Brasil | ALCA | www.agp.org