sexta-feira, 22 de fevereiro de 2002
Cerca de 50 mil pessoas marcharam em protesto contra a ALCA em 4 de fevereiro. Esta foi a primeira atividade da Campanha contra a ALCA. Leia a seguir o Manifesto compromisso lançado na ocasião, nos marcos do FSM, em Porto Alegre:
Nós, com todos os povos das Américas, a partir da nossa mais profunda convicção e da nossa utopia, queremos levantar a voz e manifestar nossa inquietude e indignação diante de tantas injustiças, praticadas há séculos contra nossos Povos pelo capital internacional e por governos irresponsáveis.
Os países do Terceiro Mundo, como os do nosso Continente, ainda sofrem - e hoje de modo sistematicamente estrutural - problemas cruciais que atingem a maioria de sua população. São negados os direitos ao trabalho, alimentação, terra, moradia digna, educação e informação.
Globaliza-se a miséria, mas não o verdadeiro progresso. Essa globalização gera dependência, e cerceia a soberania dos povos. Os capitais circulam livremente, mas as pessoas não. Prioriza-se a competitividade, em vez da solidariedade. Absolutiza-se a mercadoria ao mesmo tempo em que são ignorados os valores éticos. Tudo tem preço, inclusive a dignidade humana. Depreda-se os recursos naturais e põe-se em risco a sobrevivência da humanidade. Privatizou-se a terra, e agora se tenta privatizar a água, a biodiversidade, as plantas, os animais, quem sabe um dia os ventos, o sol... A cobiça está acima da fraternidade. A propriedade tem mais valor do que a vida.
Basta! esse sistema de morte não pode continuar!
Para ler o documento na íntegra, visite nossa página na internet: www.mst.org.br
Quase seis anos depois vão a júri os acusados pelo massacre de Eldorado dos Carajás. A juíza Eva do Amaral Coelho marcou para o próximo dia 8 de abril o julgamento dos 149 policiais militares acusados da morte de 19 trabalhadores sem-terra no Pará. Além dos 19 mortos, outros 60 sem-terra ficaram feridos no confronto, ocorrido em 17 de abril de 96, na rodovia PA-150, município de Eldorado dos Carajás, sul do Pará.
Os policiais serão julgados em três sessões de juri popular. Na primeira sessão serão julgados o coronel Mário Colares Pantoja, na época comandante da Polícia Militar, o major José Maria Pereira de Oliveira e o capitão Raimundo José Almendra Lameira. Os três comandavam a tropa no dia do massacre. A segunda sessão foi marcada para 15 de abril. Serão julgados 17 policiais militares, sendo 12 sargentos, quatro tenentes e um cabo da policia. Na terceira sessão, marcada para o dia 22 de abril, serão julgados 129 policiais militares.
Os movimentos de trabalhadores rurais que fazem parte da Via Campesina ocuparam em 19 de fevereiro o gabinete do Deputado Federal Confúcio Moura (PMDB-RO) em protesto contra o projeto de lei que pretende liberar a comercialização e produção de alimentos geneticamente modificados.
Cerca de 60 pessoas aguardaram por mais de 5 horas o deputado Moura, que é relatro do projeto, para alertá-lo dos riscos que este tipo de produto poderá trazer aos agricultores e à sociedade em geral. Uma pessoa fantasiada de morte entregou ao deputado uma cesta com produtos transgênicos e pediu para que ele abandonasse a relatoria do projeto. Moura disse ser apenas o relator e que existem outros intereses mandando na negociação.
Cerca de 120 famílias de trabalhadores rurais acampadas no distrito de Floresta (RJ) e ameaçadas de despejo, realizaram uma marcha de protesto em 18 de fevereiro. Eles seguiram pela BR 101 em direção ao centro daquele município do norte fluminense. Lá chegando, no dia seguinte, eles acamparam em uma praça para exigirem uma solução para o problema. A Fazenda São João, onde estavam acampados, faz parte do complexo da Usina São João e foi penhorada por dívidas contraídas pelos antigos proprietários com a Receita Federal.
Opine www.mst.org.br | Español | English
MST Informa é uma publicação quinzenal do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, enviado apenas por correio eletronico, com análises da luta pela Reforma Agrária e do MST. Se tiver sugestões de temas, artigos, formato, por favor nos envie. * Caso queira incluir outros amigos no cadastro ou não deseje mais recebê-lo, escreva-nos. letraviva@mst.org.br