sexta-feira, 12 de abril de 2002
E você não pode ficar calado...
Setor de Direitos Humanos do MST
O governo Israelita do general Ariel Sharon está cometendo um massacre de milhares de palestinos. Homens, mulheres, idosos, crianças estão sendo assassinados, presos, encurralados, impedidos de circular em suas próprias casas e povoados. Sofrendo todo tipo de humilhação e de sacrifício.
Os territórios da Palestina que, por resolução da ONU, têm estatuto de país independente com governo autônomo da Autoridade Palestina, foram invadidos pelo poderoso exército de Israel. Ruas, sistema de água, eletricidade, transporte, foram destruídos. Os hospitais não podem atender feridos. Os familiares sequer podem enterrar seus mortos. Igrejas bombardeadas. Na história do cristianismo, nos seus 2002 anos, nenhum exército invasor tinha ousado a bombardear a igreja da natividade, aonde nasceu Jesus. Todos os informes que nos chegam é que inclusive o trabalho da imprensa independente está sendo impedido para esconder o massacre. E vários jornalistas ficaram feridos, alem do fotógrafo italiano assassinado.
Por que tudo isto está acontecendo agora?
Os Palestinos têm direito ao seu território, à sua terra, à sua pátria. Pelos acordos de Oslo, a Autoridade Palestina reconhece o estado de Israel. Há uma disputa histórica entre dois povos que vivem num mesmo território que somente vai se resolver por acordos e negociações. Por que se agravou agora?
O problema é que se configurou uma conjuntura internacional momentânea que, de um lado, um terço dos israelitas, por influência de migração massiva russa e omissão dos demais, elegeram um governo direitista, de um general genocida, que já havia invadido o Líbano, cometido atrocidades. E de outro lado, a estratégia norte-americana, que sustenta o governo de Israel com um bilhão de dólares em armamentos por ano, para sair de sua crise com investimentos na indústria bélica. E para justificar essa estratégia, usaram o 11 de setembro, o terrorismo do Hamas - que não representa o povo palestino - e desencadearam guerras regionais. Primeiro no Afaganistão, agora na Palestina, depois pode ser o Iraque, a Somália, a Colômbia, a Venezuela etc.
Mas os povos não estão calados. Milhares de pessoas em todo mundo, nos países árabes, na Europa, na Ásia, na América Latina e aqui no Brasil já foram às ruas para condenar esse massacre.
O Governo brasileiro precisa tomar uma atitude e sair de sua diplomacia de avestruz, de condenar apenas em palavras. O povo brasileiro precisa pressionar o governo FHC para que tome iniciativas concretas de ajudar a isolar o governo Sharon e impedir a continuidade do massacre. Não é uma guerra. É um massacre.
Conclamamos a todos que amam a paz e a justiça para fazer alguma coisa.
Esse não é um problema de palestinos e judeus. Isso é um problema da humanidade. Precisamos ser todos solidários para que um novo mundo seja possível. Não é por nada que o Israelita, Sergio Yahni, filósofo, e membro do comitê internacional do Fórum Social Mundial, se recusou a servir o exército israelita, e ficou preso por 29 dias. Mas seu exemplo demonstra que a dignidade e a justiça estão acima de motivações de estado.
Faça alguma coisa, ajude a parar a máquina de morte que o governo Bush está esparramando pelo mundo
A promotora Olinda Tavares deverá analisar o pedido do MST para afastar a juíza Eva Coelho do Amaral da presidência do caso Eldorado dos Carajás, emitir parecer e enviar de volta ao TJE até 12 de abri). A desembargadora Nazaré Brabo pediu urgência às Câmaras Criminais Reunidas para votar a ação. Em reunião do órgão, na segunda-feira, 15, os desembargadores devem decidir se acatam ou indeferem o pedido do MST, que mantém a posição de somente voltar a atuar no julgamento se a juíza for afastada do caso. O Movimento considera que Eva do Amaral Coelho tem posição contrária a atuação dos sem terra e tem mantido uma postura parcial ao longo do processo.
Às vésperas de completar seis anos do massacre de Eldorado dos Carajás, muitos dos que foram mutilados no 17 de abril ainda sofrem as conseqüências. Entre as mazelas, alguns possuem projéteis de armas de fogo alojados em seus corpos, além de sérios problemas psicológicos, sentindo fortes dores e correndo risco de vida.
De acordo com Walmir Brelaz, advogado das vítimas do Eldorado dos Carajás, a assistência médica destinada aos 24 mutilados foi realizada apenas no início.
Por isso os mutilados entraram com pedido de avaliação de suas situações, numa audiência que foi realizada em 9 de abril com a presença do juiz José Torquato Araújo de Alencar e dos próprios mutilados. Mesmo com todas as provas, o juiz alegou que ainda não pode analisar a petição.
A CPT e o MST convidam para a 5a Grande Celebração dos mártires da terra. Será uma celebração em memória dos mártires da terra indígena, como o kaingang paranaense Ângelo Kretan e o pataxó hã-hã-hãe Galdino de Jesus, que morreram
assassinados enquanto lutavam para construir a Terra Sem Males
data: 15 de abril, às 19h30
local: Catedral Brasília de Curitiba
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