Enviado por Tuesday, July 16 @ 14:37:36 PDT por infolivre
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Mesmo após o presidente Macchi ter decretado estado de exceção no país, as manifestações não cessam. Mais de 250 pessoas já foram presas, 65 ficaram feridos e dois morreram nos enfrentamentos entre a população, polícia e exército paraguaios. A repressão foi maior em Ciudad del Este, Caaguazú, Itá, Piribebuy e Asunción.
O governo pretende prender os principais políticos do partido oviedista. Os políticos afirmam que as manifestações não irão parar enquanto González Macchi continuar no poder.
O estado de exceção está permitindo uma verdadeira perseguição política aos opositores do governo, principalmente os oviedistas. No entanto, oviedistas afirmam que não são só eles que estão nas ruas, são milhares de pessoas, oviedistas e não-oviedistas.
Lino Oviedo, de 57 anos, é acusado ainda de liderar três tentativas de golpe de Estado desde 1996 e por essa causa foi condenado a 10 anos de prisão, mas está refugiado no Brasil, de onde organiza seus simpatizantes esperando a hora certa para retornar.
Foto: Lino Oviedo
Oviedo também foi acusado (até o momento sem comprovação) de planejar o assassinato de Félix Argaña, ex-vice-presidente do Paraguay. Com a renúncia de Raúl Cubas e o assassinato de Argaña o então membro do Congresso e terceiro na linha de sucessão González Macchi assumiu a presidência.
Esta já é a segunda vez que Macchi enfrenta graves protestos populares, no início de junho, após manifestações que resultaram em um morto e seis feridos, o Senado aprovou a suspensão da lei 1.615 de privatizações. Para evitar uma iminente onda de protestos no país, um dia antes o presidente já havia adiado a privatização da telefônica estatal. A medida não foi suficiente para aplacar a insatisfação com seu governo, que pode não chegar ao fim do mandato.
Funcionários públicos estão com os salários atrasados, 20% da população está desempregada. O governo quer um empréstimo internacional de US$ 60 milhões, mas não consegue.
Recentemente, organizações populares realizaram uma campanha para pressionar as autoridades com o objetivo de recuperar 16 milhões de dólares, desviados de dois bancos em liquidação no país; delito em que está indicado como suspeito o próprio presidente da República, Luis González Macchi.