Nova mobilização camponesa no Peru
Sexta, 31 de Março de 2006 download (MP3 • 955 MB • 2:02 min)
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Organizações camponesas peruanas, reunidas no Comitê Unitário de Grêmios Agrários, mobilizaram-se na quinta-feira contra a firma do Tratado de Livre Comércio, que o governo presidido Alejandro Toledo negocia com os Estados Unidos, e pretende firmar em breve.

Segundo os organizadores, as principais associações agrárias do país acataram a medida e uns doze mil camponeses protestaram contra o acordo em todo o território peruano.

Pelo menos quinze manifestantes foram detidos depois de enfrentamentos com a polícia no departamento de Pisco, durante um protesto que fizeram os sindicatos de trabalhadores do algodão.

Os camponeses prognosticam que seja concretado o TLC, uns dois milhões de produtores agropecuários peruanos seriam prejudicados.

Um comunicado da Coordenadora Nacional de Comunidades do Peru Afetadas pela Mineração (CONACAMI), uma das organizações que convocou o protesto, cataloga o acordo comercial com os Estados Unidos de "ameaça à soberania e a produção agrária nacional".

O presidente da CONACAMI, Miguel Palacin Quispe, disse durante as mobilizações que o governo peruano "pretende nos levar à competição com os produtores agro-industriais dos Estados Unidos que contam com subsídios de seu governo".

O dirigente camponês acredita que o tratado "coloca em risco a biodiversidade e os conhecimentos coletivos dos povos indígenas e comunidades do Peru".

Segundo Palacin Quispe, "é claro" que os Estados Unidos pretende controlar os recursos naturais, a biodiversidade e a água.

O documento da CONACAMI acrescenta que o que "mais preocupa" para essa organización são os capítulos do TLC que dizem respeito aos investimentos

"Sabe-se que a mineração é um dos setores produtivos que concentra os maiores investimentos estrangeiros e atualmente tem um enorme potencial para desenvolver mais de 240 projetos mineiros no Peru", indicam os camponeses.

Os afetados pela mineração temem que enquanto as empresas "terão muitas e melhores vantagens para investir no país", as comunidades camponeses não terão "nenhum mecanismo jurídico" de proteção diante de processos de apropriação da terra.

Com informação de:
Rádio Programas de Peru


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