Enviado por Saturday, July 13 @ 17:58:29 PDT por infolivre
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(14/06) O governo liberou oito "ejidatarios" da Penitenciária de Texcoco no povoado de Chiconautla. Os dirigentes camponeses Jesús Adán Espinoza e Ignacio del Valle não foram libertados. As autoridades governamentais argumentam que têm cinco ordens de prisão.
Quatro camponeses continuam hospitalizados, os quais também têm ordem de prisão decretada.
O acordo era de que se os camponeses fossem postos em liberdade os "ejidatarios" fariam o mesmo com os sete funcionários da Procuradora Mexicana que retiveram.
Nas condições atuais os habitantes de Atenco discutem se mantêm o subprocurador de Justiça, Jesús Mendiola e ao Chefe de Averiguações Prévias da Subprocuradoria Regional, Guillermo Fragoso.
Enquanto isso, o Governo Mexicano recua. O Secretário de Governo, Santiago Creel que havia dito que o Governo Federal atuaria com "mão firme" agora afirma que a liberação dos camponeses fortalece o Estado de Direito.
A revolta dos camponeses de San Salvador Atenco, perto da capital do México, iniciada quinta-feira ganhou ontem (12/06) maiores proporções devido à violenta repressão. A quantidade de lavradores detidos não foi confirmada, os "ejidatarios" mantêm 12 pessoas presas, afirmando que liberarão a todos assim que seus companheiros sejam libertados.
O movimento de San Salvador Atenco, que tem como lema "Terras sim, aeroporto não!", começou em outubro passado, assim que foi anunciado o plano de construir o novo terminal aéreo. Para tanto, o Presidente Fox decretou a expropriação de 5.390 hectares de terras de "ejido" - forma de propriedade comunitária camponesa que vem desde os tempos pré-colombianos. Os moradores de Atenco já reiteraram várias vezes que defenderiam a terra com suas vidas se necessário.
A Revolta popular teve início no dia 11/06 quando ao menos 800 policiais da Força de Ação e Reação Imediata (FARI) do Estado do México partiram contra 100 lavradores de San Salvador Atenco quando estes se dirigiam ao munícipio de Teotihuacán para protestar em um ato que seria realizado pelo governador mexicano, Arturo Montiel Rojas. A repressão deixou um saldo de cerca de 30 feridos, e 14 camponeses presos.
(12/06) Os camponeses de San Salvador Atenco chegaram a Subprocuradoria de Texcoco e reteram a um Subprocurador, um agente do ministério público, dois empregados e um policial Judicial. E reiteraram que sua exigência é de que sejam liberados seus líderes, Ignacio del Valle, Adán Espinoza e Felipe Núñez, e que fosse noticiado o paradeiro de 15 a 30 pessoas que foram detidas. Estas sem notificação alguma aos familiares, foram retiradas da penitenciária e levadas para um lugar desconhecido, também foi retirado do hospital Ignacio Yañez e levado a um destino desconhecido pela Polícia Judicial do Estado. "Antes que o sol se oculte, que se mostrem imagens reais, vivas de nossos companheiros detidos", disse David Pájaro, líder do movimento camponês.
Além disso, os "ejidatarios" mantem detidos quatro policiais e um civil que foram capturados após o enfrentamento de meio dia. Os camponeses tomaram as ruas do centro de Texcoco e anunciaram que as medidas a tomar serão drásticas.
Mas eles também recorreram a um advogado, Ignacio Burgoa Orihuela, que entrou na justiça e obteve a suspensão da obra. "Enquanto a tramitação não se encerre definitivamente, o que pode durar muitos meses, as autoridades não podem invadir as terras do ejido", declarou Orihuela à BBC de Londres.
Os reféns foram entrevistados pela rádio local. Disseram que passam bem e pediram que se agilizassem as negociações para que pudessem voltar às suas casas.