O governo diz que destruição do plantio ocorreu nos municípios de Rayón, Pueblo Nuevo e Tapilula.
Nenhum desses lugares se destaca por ter presença zapatista, assinalam especialistas
(tradução não revisada)
Nenhum desses lugares se destaca por ter presença zapatista, assinalam especialistas
Um dia depois de que o Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN), por meio do subcomandante Marcos, reapareceu na cena pública depois de várias semanas de silêncio, a Secretaria da Defesa Nacional (Sedena) levou a público a destruição de 44 plantíos de maconha "em três municípios da região dos Altos, no estado de Chiapas, dentro do área de influência do grupo conforme autodenominado EZLN".
A dependência menciona que a garantia da apreensão da droga ocorreu nos municípios de Rayón, Pueblo Nuevo e Tapilula. No entanto, especialistas no tema determinaram que nenhum destes três municípios se destaca por ter "presença zapatista", pelo que a asseveração do Exército chama a atenção.
Num comunicado, a secretaria conta as ações levadas a cabo os dias 15, 16 e 17 de junho por um general, dois chefes, 11 oficiais e 171 elementos de tropa "que evitaram a colheita de 4 toneladas de droga".
Sem dizer como foi que soldados avançaram na chamada "área de influência" do EZLN, a Sedena assinalou que, como parte das atividades que desenvolve o Exército no combate integral ao cultivo e tráfico de drogas, efetivos do 16 regimento de "caballería motorizada" e o 20 batalhão de infantaria realizaram um reconhecimento nos municípios de Pueblo Nuevo, Tapilula e Rayón, na região dos Altos, onde se erradicaram plantíos de droga que ocupavam uma superfície "de 3 hectares 8 mil metros quadrados", ainda que segundo as cifras proporcionadas pela mesma dependência os metros quadrados destruídos somariam 18 mil.
Cabe assinalar que oficialmente o alto comando do Exército Mexicano rechaçou que existam evidências de vínculos entre o EZLN e o narcotráfico.
Por outro lado, em seu comunicado a Sedena assinalou que no 15 de junho passado foram localizados nos municípios de Tapilula e Rayón 21 plantíos de maconha com uma extensão de 7 mil 200 metros quadrados.
Um dia depois, efetivos militares detectaram dez plantíos mais nos mesmos municípios, "com uma extensão de 6 mil 600 metros quadrados".
Em 17 de junho foram 13 os plantíos destruídos nos municípios de Pueblo Nuevo e Rayón, que cobriam uma extensão de 4 mil 200 metros quadrados.
A Sedena indicou que os cultivos "foram destruídos tão cedo como foram localizados" não só por pessoal do Exército, senão que também participaram elementos da Agência Federal de Investigação e da Polícia Setorial de Chiapas.
O governo assegurou que com esta ação "dentro do área de influência do grupo conforme autodenominado EZLN, evitou-se a colheita de 4 toneladas de maconha, com a que se tivessem elaborado 130 mil doses com um custo aproximado de 5 milhões de pesos".
Com estes resultados, indicou a Sedena, "se põe de manifesto o profissionalismo, a disposição e o alto grau de treinamento do pessoal militar para combater frontalmente este câncer social que põe em risco a segurança interior".
O boletim da Defesa Nacional coincidiu com a publicação do comunicado da EZLN no que se critica severamente os principais atores políticos do país, mas ademais assinala que devido ao não cumprimento do governo, se terminaram os compromissos assumidos pelas juntas de bom governo, porque as autoridades "nem indenizaram, nem regularizaram, nem fizeram justiça nos poucos casos nos que se lhes demandou".