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Segunda, 02 de Janeiro de 2006 | www.radiomundoreal.fm download (MP3 • 1,06MB • 2:20 min)
Zapatistas honrando bandeira do EZLN na noite do passado 31 de dezembroAos exatos 12 anos do surgimento do Exército Zapatista de Liberação Nacional (EZLN) no Estado de Chiapas, no México, seus principais dirigentes -incluindo o Sub-comandante Marcos- começaram no dia 1º de janeiro uma viagem por todo o país para divulgar as propostas e demandas dos povos indígenas. Trata-se de uma proposta de diálogo entre os zapatistas e a sociedade civil mexicana, denominada "A Outra Campanha".
Ao iniciar a viagem, registraram-se movimentos do soldados do Exército mexicano na selva de Chiapas e na região dos Altos, zonas de controle zapatista e principalmente em algumas das estradas pelas quais poderia sair a delegação zapatista de sua base principal de La Garrucha.
Integrantes de organizações de defesa dos direitos humanos que trabalham no estado de Chiapas constataram os movimentos de soldados do Exército mexicano, com vários postos em caminhos utilizados pelos zapatistas, e o deslocamento de grande aparelho militar.
Em 28 de dezembro policiais fustigaram uma unidade de apoio zapatista, que foi detida por algumas horas e logo liberada.
Em julho de 2006 haverá eleições presidenciais no México. Andrés López Obrador, candidato do centro-esquerdista Partido da Revolução Democrática (PRD), tem grandes chances de vencer, o que é inédito na história política do país.
A decisão de iniciar a viagem por todo o país com "A Outra Campanha" foi meditada por um tempo prolongado pelos órgãos da direção do EZLN. O sub-comandante Marcos foi designado pelas bases zapatistas como "Sub-delegado Zero", e percorrerá assim todo o país.
O trabalho de organizações de defesa de direitos humanos é muito importante neste processo, já que são várias as ameaças aos zapatistas que participam da viagem bem como às comunidades de apoio que permanecem no estado de Chiapas.
O Centro de Direitos Humanos Fray Bartolomé de las Casas e o Serviço Internacional para a Paz (SIPAZ) anunciaram num comunicado conjunto que desempenharão um trabalho de observação do respeito aos direitos humanos durante a viagem da delegação zapatista.
A Área de Comunicação Social do Centro de Direitos Humanos Fray Bartolomé de Las Casas divulgou que pessoas afins ao Partido Revolucionário Institucional (PRI) de Chiapas anunciaram públicamente que "estavam armados e que iam tomar as comunidades e queimar as casas" quando a delegação começasse a viagem.
Um comunicado conjunto destas organizações do dia 30 de dezembro alertou que "um ataque a esta delegação seria um sério risco que cancelaria as vías pacíficas por um longo tempo" no país.
Por mais informação:
http://zeztainternazional.ezln.org.mx/