Manifestação Contra o Fórum Econômico Mundial
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O Comitê Rio do Fórum Social Mundial protestará contra seu antagônico maior, o Fórum Econômico Mundial, que está durante esta semana no Rio de Janeiro.
Dia 20 de novembro, as 10 horas, em frente ao Hotel Sofitel, na Av. Atlântica 4240 (posto 6), Copacabana.
O Fórum Econômico Mundial é uma instituição que, entre outras coisas, avalia e organiza políticas econômicas e financeiras mundiais, sempre trabalhando em coordenação com o FMI, Banco Mundial, entre outros. Esta é uma das instituições internacionais que coloca esta globalização que aí se encontra, uma globalização de exclusão, com políticas xenófobas, promovendo desigualdade e o desmonte do Estado do bem-estar social para dar vazão ao Estado Mínimo (Estado Polícia) que não interfere na economia e só serve para evitar os conflitos máximos da sociedade.
O Fórum Econômico Mundial se reunia antes em Davos, uma cidadezinha na Suíça, para as suas discussões e decisões que afetam a vida de mais que milhares e sem a participação de nem 1% destes. Não se engane, este Fórum é tudo menos democrático, menos preocupado com as questões sociais, menos preocupado com a desigualdade dos países (Brasil é o país com o maior índice de desigualdade - passamos Burkina Faso - não votamos pelos presidentes das empresas que lá se encontram, não votamos pelos quadros dos dirigentes destas instituições financeiras e econômicas internacionais que se preocupam com a economia, com o mercado).
Muitos destes esqueceram que a economia deve ser o meio e não o fim. A economia, enquanto forma de gerência da produção dos bens deve ser o meio para a emancipação do ser humano, deve ser uma forma de promover a liberdade do ser humano, não o aprisionamento no qual hoje vivemos onde o "ter" é mais importante do que qualquer coisa. O ser humano não deve ser o meio para a economia; o ser humano não pode mais ser a engrenagem que mantém a fábrica da economia funcionando. Não podemos ter um modelo de desenvolvimento econômico que PRECISA - para se sustentar - de crianças trabalhando na extração de cana no nordeste, de crianças trabalhando como escravos na América Central para o comércio das bananas, de mulheres trabalhando nas empresas terceirizadas da Nike na Ásia, de imigrantes trabalhando em condições sub-humanas na europa.
Kant, filósofo alemão que trabalhava todo o seu discurso na emancipação do ser humano, na razão do ser humano, tem uma frase bem cabível para isto: "o ser humano é um fim em si mesmo". Este fim é superior aos outros!
Digo que é superior em relação à economia, ao capital especulativo, às formas de escravidão e trabalho forçado que ainda existem. Se queremos construir um outro mundo, temos que levar em consideração que trabalharemos junto com a natureza, com o desenvolvimento sustentável, com as preocupações decorrentes pois este tratamento ao meio ambiente não se sustenta (Bush não ratificou Kyoto e, ainda, em um ato histórico e absurdo retirou a assinatura do Protocolo).
O cenário do Brasil é ainda mais interessante: há dois - ou três - meses vivemos um período de terrorismo econômico, onde o "mercado", a "economia", estava tentando dizer que não poderíamos escolher o nosso candidato, contra qualquer princípio de representação democrática. Bem, passamos por isto e fizemos história.
Em meio a todo este cenário, vai se reunir aqui no Rio, o Fórum Econômico Mundial para a discussão da implementação de uma Agenda Latino-americana. Quem vai discutir tal implementação? Grandes empresários preocupados com a governabilidade financeira, com a estabilidade do mercado. E quem vai estar lá preocupado com o ser humano? Com a fome no Brasil? Com o Plano Colômbia, com os nossos problemas???
Quarta-feira que vem começa o evento deles, vamos fazer uma manifestação em frente ao Hotel Sofitel em Copacabana aonde eles irão se encontrar. Estaremos lá desde 10:00 do dia do Feriado de Zumbi; um símbolo da resistência dos oprimidos. Vamos levar faixas, fazer barulho, tentar conscientizar aqueles que não sabem o que é o Fórum Econômico Mundial.
Como é de praxe destes encontros, a mídia não está divulgando informação sobre isto, não sabemos publicamente de nada deste encontro. Mas a resistência contra esta globalização é forte, se mobiliza mundo afora, por exemplo, através de e-mail, internet, etc.
A propósito, o site do Fórum Econômico Mundial é http://www.weforum.org
Lá pode-se encontrar ainda mais informações sobre o encontro "Latin America Business Summit".
Para terminar, vou anexar as mensagens que estamos repassando enquanto Comitê Rio do Fórum Social Mundial:
Durante os dias 20 e 22 de Novembro de 2002, o Fórum Econômico Mundial estará realizando um encontro na capital carioca. O "Latin America Bussiness Summit" ocorrerá no Sofitel Rio de Janeiro, na Av. Atlântica 4240, Copacabana, e segundo eles, tem como objetivo a construção do sucesso da Cúpula Econômica do Mercosul.
O Rio dirá NãO ao pessoal de Davos!!
O Comitê Rio protestará contra a presença do Fórum Econômico Mundial em nossa cidade.
Dia 20 de novembro, as 10 horas, em frente ao Hotel Sofitel, na Av. Atlântica 4240 (posto 6), Copacabana.
Para quem ainda não conhece, o Fórum Econômico Mundial é o antagonista do Fórum Social Mundial (FSM).
Esse Fórum Econômico tem cumprido, desde 1971, papel estratégico na formulação do pensamento dos que promovem e defendem as políticas neoliberais em todo o mundo. Sua base organizacional é uma fundação suja que é financiada por mais de 1.000 empresas multinacionais. Para se ter uma idia de quem participar desse Fórum Econômico "Carioca" informamos que a taxa de inscrição custa "apenas" US$3.500, isto é, cerca de 13 mil reais.
Assim sendo, convocamos todos e todas a demonstrar que o Rio de Janeiro é a FAVOR da justiça, solidariedade, soberania, direitos humanos, autodeterminação dos povos e de ZUMBI e CONTRA o neoliberalismo, ALCA, guerra, fome, imperialismo e racismo.
Mais informações: forumsocialcariocahotmail.com