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26 DE SETEMBRO: DIA DE AÇÃO GLOBAL CONTRA O CAPITALISMO PROTESTOS MUNDIAIS DURANTE ENCONTRO DO FMI E BANCO MUNDIAL

Dia 26 de Setembro é o próximo dia de ação global contra o capitalismo

Atendendo o chamado inicial da AGP (Ação Global dos Povos), grupos de São Paulo reúnem-se para endossar e divulgar a convocação para um dia mundial de protestos anti-capitalistas.

A grande onda de liberalização econômica que começou a delinear-se no final dos anos 70, consolidou-se nos anos 80 e ganhou feições catastróficas nos anos 90 começa, nos últimos anos, a ser fortemente combatida. Em 1994, camponeses "zapatistas" de Chiapas se levantam após o início do processo de "integração econômica" levado a cabo pelo NAFTA (Tratado de Livre Comércio da América do Norte); em 1998, é fundada a AGP, coalizão de movimentos sociais de base contra o "livre comércio" e a OMC (Organização Mundial do Comércio); em 1999-2000, uma série de grandes manifestações em Davos, Londres, Seattle e Washington surpreende os donos do poder ao contestar a globalização e a liberalização econômica de uma maneira radical e democrática. Agora, enquanto o FMI (Fundo Monetário Internacional) e o Banco Mundial preparam-se para um encontro na cidade de Praga, na República Checa, no dia 26 de Setembro, grupos de todo mundo começam a se articular para grandes protestos.

O processo de globalização econômica tem causado indiscutíveis perdas para os trabalhadores, para o meio ambiente e para a soberania dos povos. Esse processo é ainda mais perverso nos países "em desenvolvimento". Os "ajustes estruturais" impostos pelo FMI em troca de paliativos para a crise de pagamento das dívidas, os projetos de orientação liberal patrocinados pelo Banco Mundial e a crescente liberalização econômica promovida pela OMC, têm destruído conquistas sociais históricas dos trabalhadores, reduzido os mecanismos de proteção ambiental e diminuído ainda mais a capacidade dos povos de decidir sobre seu destino.

Nenhum desses efeitos pode ser combatido localmente. A globalização ao globalizar o capital, mas manter a força de trabalho e a legislação ambiental e trabalhista restrita às fronteiras nacionais faz com que qualquer resistência nacional seja limitada. Se os trabalhadores de um país se recusam a perder seus direitos, o capital se transfere para outro país onde os "custos" são menores.

O mesmo se dá quanto às restrições ambientais.

Presenciamos uma terrível corrida para o fundo do poço. Já perdemos em muitos lugares do mundo conquistas históricas que nos custaram muitas vidas e levaram mais de cem anos para serem conseguidas. Em toda parte as condições de trabalho são precarizadas, os gastos dos serviços sociais são cortados e as restrições ambientais às ações das empresas são reduzidas. Aumenta a desigualdade econômica entre ricos e pobres num mesmo país e a desigualdade entre países "desenvolvidos" e "em desenvolvimento". Os centros decisórios migram dos estados nacionais onde o controle dos povos já era restrito para instâncias ainda mais distantes e não democráticas como os organismos internacionais (FMI, Organização Mundial de Comércio, Banco Mundial) e o conselho das grandes empresas.

Nesse cenário, apenas a resistência mundial é possível. Chamamos, por isso, todos os grupos e movimentos sociais brasileiros a aderirem aos protestos mundiais contra a globalização econômica e o capitalismo que acontecerão em 26 de Setembro. Façamos um protesto criativo, apartidário, descentralizado e democrático.

Tudo o que podemos fazer, no momento, é barrar a ofensiva do capital para preservar aqueles direitos que ainda nos restam. Nosso próximo passo será ampliar os direitos e fazer avançar um novo modelo de sociedade. Uma sociedade com uma economia auto-sustentável em relação ao meio ambiente, com justiça social e com instituições políticas onde todos possam efetivamente participar. Contra a globalização do capital, globalizemos a resistência.

Ação Local por Justiça Global
s26@ig.com.br

REUNIÃO DOS GRUPOS INTERESSADOS

Dia 02 de julho, Domingo, às 13:30 na Rua Marques de Itu, 298 (Metrô Republica), São Paulo.


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