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Abusos graves' em Génova

notícia colocada por: Milé Sardera em 2001-08-02

Inquérito Conclui Que Houve "Abusos Graves" da Polícia em Génova
Por ALEXANDRA PRADO COELHO
Quinta-feira, 2 de Agosto de 2001

Governo italiano cria missão de informação parlamentar para investigar a violência

Três "super-inspectores" que estão a conduzir uma investigação do Ministério do Interior italiano à actuação das forças policiais durante os protestos antiglobalização na cimeira do G8 consideram que houve "abusos graves" e recomendam a demissão do chefe da polícia de Génova, Francesco Colucci, revela a imprensa italiana.

Os jornais "Corriere della Sera" e "La Repubblica", baseando-se em fugas de informação sobre o resultado desta investigação interna, dizem também que os inspectores criticam o comportamento do responsável pela polícia antiterrorismo e do seu vice durante a rusga realizada na madrugada de 22 de Julho à escola que servia de sede ao Fórum Social de Génova.

"Se, ao que parece, alguns polícias agiram incorrectamente, serão severamente censurados", reagiu o ministro do Interior, Claudio Scajola, que ontem sobreviveu a uma moção de censura apresentada pela oposição de centro-esquerda no Senado (onde o centro-direita tem maioria).

Ainda segundo a imprensa, os três inspectores concluíram que durante a cimeira de Génova houve "omissões", "violência gratuita" e "erros e abusos graves" por parte da polícia, sobretudo na esquadra de Bolzaneto. Quando à rusga na escola que servia de sede ao Fórum Social, os inspectores consideraram-na "legítima", embora achem "discutível" a participação de polícias que estavam de serviço há doze horas.

Perante a multiplicação de denúncias e sinais de abusos policiais em Génova, o Governo italiano criou ontem uma "missão de informação" parlamentar para recolher dados, documentos e testemunhos sobre a actuação da polícia. Esta foi a solução de compromisso encontrada pelo Governo de Silvio Berlusconi, que recusou sempre os pedidos da oposição para criar uma comissão de inquérito com poderes mais alargados.

Uma investigação paralela estava já a ser conduzida pela magistratura de Génova, que ordenou aos orgãos de comunicação social que fornecessem todo o material que tivessem filmado ou gravado em Génova.

Ricardo Lertora, do Fórum Social de Génova, voltou a afirmar na segunda-feira que há ainda dezenas de manifestantes que se encontram desaparecidos desde 22 de Julho


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