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Polícia de Génova ataca Indymedia

notícia colocada por: Manuel Baptista em 2001-07-22

Estas reportagens sobre o ataque da polícia contra indymedia de Italia, batendo nas pessoas e roubando gravações, etc, deve ser publicitado tão amplamente e tão longe quanto possível, e toda a comunicação social deve ser pressionada para relatar este caso Quando tal coisa acontece, isto é prova de que não existe real liberdade de expressão e de imprensa. Nunca fariam isso às redacções de serviços de notícias ligados ao capital. Isto significa que qualquer um que seja considerado uma ameaça e não esteja integrado no sistema dominante pode ser tratado brutalmente e marginalizado. Temos de garantir que toda a gente tem conhecimento destes factos. Esperemos que os jornalistas profissionais tenham alguma consciência e noticiem largamente o acontecido e não apenas numa curta notícia de uma página interior.

1- Busca violenta

A polícia italiana acaba de levar a cabo buscas musculadas e brutais no Centro Media e na Escola Diaz que se encontra em frente; nestes locais de Génova, encontravam-se jornalistas de media alternativos.
Fotos e reportagens em

http://france.indymedia.org/

(pt)Buscas violentas(fr)
Por Laurent Jésover

Á meia noite de hoje, a polícia e os Carabinieri efectuaram duas buscas, a primeira no Media Center, a segunda na Escola Diaz em frente, na rua Batisti. Cerca de 200 polícias forçaram a entrada nos dois edifícios.

No Media Center (que também acolhe o secretariado do Genoa Social Forum), investiram o rés-do-chão e o terceiro andar, onde está o Indymedia.

Na Escola Diaz todos os andares foram saqueados e as pessoas que aí se encontravam agredidas, algumas espancadas violentamente. O pretexto seriam as confissões de detidos do Black-Block de que teriam visto armas nesses locais. A lei italiana autoriza buscas « selvagens » em dois casos: armas e droga. De facto, segundo uma rádio, o chefe local da polícia não teria sido avisado, as ordens teriam vindo directamente de Roma.

Na Escola Diaz, o piso térreo foi saqueado, assim como os outros andares: Computadores destruidos e lançados sobre o chão, locais para dormir revolvidos, pertences pessoais espalhados por todo o lado. Contam-se mais de trinta feridos, a maior parte estava estendida em macas. Muito poucos saíam pelo seu pé, ainda assim segurando a cabeça ou o nariz ensaguentados. Pelo menos uma pessoa encontrava-se inconsciente e não podia falar.

No andar de Indymedia, a polícia parecia apenas querer cassettes video e outros materiais do mesmo tipo. Evidentemente com violência.

A polícia recusou a presença de um advogado para que ele pudesse ver o que se passava, assim como um senador italiano. As ruas estavam cheias de polícias e um helicóptero girava a baixa altitude, com um holofote varrendo todas as fachadas.

Um dos motivos que parece explicar a intervenção violenta da polícia, é a reportagem difundida numa cadeia de televisão, mostrando indivíduos do Black-Block e da polícia, aqueles recebendo ordens ou conselhos destes. A vilencia incrível com que os polícias actuaram não tem proporção nenhuma com a situação no terreno, pois no momento de entrarem na escola Diaz as pessoas presentes estavam a dormir.

Depois de ambulâncias terem evacuado os feridos, depois dos polícias terem enchido as suas carrinhas, as unidades policiais retiraram, faseadamente, do local. O Fórum Social de Génova dará amanhã de manhã um a conferência de imprensa. É possível que acções venham a ter lugar no decorrer deste domingo.

O ruído dos helicópteros e das sirenes, os gritos e os uniformes deram, por instantes, a impressão de se viver numa ditadura militar. A sua brutalidade de actuação acentuou esta impressão. Mais grave ainda, as películas foto expostas à luz, as cassetes confiscadas , apenas acrescentam e reforçam esta impressão, visto que - embora os motivos e razões invocadas - o verdadeiro motivo era o confisco e destruição de material informativo Os vários movimentos que se encontram aqui estão terrivelmente chocados.

A tensão aumenta, mas esta escalada é a da actuação policial, desde há alguns dias. Ela aumentou para um novo patamar, esta npoite, em Génova.


Laurent Jesover.
Redactor de: journal@attac.org

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