Milhares de italianos saíram ontem à rua para protestar contra a violência policial durante as manifestações antiglobalização de Génova. Em Milão, no final da tarde, uma pequena iniciativa organizada no próprio dia reuniu dez mil pessoas, que marcharam pacificamente junto às montras das grandes marcas mundiais.
Durante três horas, o centro da cidade foi inundado pelas pessoas que saíam do trabalho e aderiam ao protesto. Além de palmas e braçadeiras pretas em sinal de luto, gritava-se estridentemente: "Vergonha" e "assassinos". Nas lojas, os comerciantes, aterrorizados com a inesperada ameaça, protegeram montras e artigos expostos num pânico que se revelou desnecessário. Os únicos estragos ficaram nas paredes, onde se repetiu a frase "Carlo viverá", numa alusão ao jovem morto na sexta-feira.
Para hoje espera-se uma onda de reacções ainda maior, que se deve alastrar a várias cidades do país e com dezenas de milhar de manifestantes. Foi esse o desafio lançado no apelo final do Fórum Social de Génova que, segundo notícias do dia, foi bem acolhido por várias associações de direitos humanos e pequenos partidos, que terão conseguido mobilizar milhares de pessoas no país.
Segundo o manifesto distribuído nas ruas, o objectivo é condenar a acção policial dos últimos dias e, mais concretamente, "a brutalidade dos agentes assassinos" que mataram o jovem de 23 anos com dois tiros na cabeça. Além disso, os manifestantes exigirão a demissão do ministro do Interior, do responsável máximo da polícia e do comandante-geral dos carabinieri.
Apesar de a imprensa continuar a destacar o tema, é na televisão que o assunto ganha maior emoção. Num debate do canal público RAI, o líder dos anarquistas dos tutte bianchi e o responsável pelas forças de segurança entraram numa discussão que acabou em troca de insultos, precipitando o fim do programa.
Fonte: DN
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