O dia 20 de Julho foi marcado em vários países com diversos atos de protestos políticos contra a reunião do G-8 na cidade italiana de Gênova. Um encontro entre os líderes dos países mais ricos onde iriam discutir o futuro do resto do mundo, assuntos como a crise no oriente médio, a fome e a expansão da AIDS na África e, por último, a implementação da ALCA. Na realidade este encontro não busca alternativas para diminuir os males causados pela globalização. Ao contrário. Eles aprovam medidas que contribuem mais ainda para o aprofundamento das injustiças.
A cidade de Gênova se tornou um enorme palco para o confronto social contra o neoliberalismo, esta cidade italiana foi isolada pelos militares para receber os oito governantes genocídas da história atual, mas nem por isso os manifestantes deixaram de comparecer em massa, mesmo sem serem convidados, à festa circense do grupo dos oito países mais hipócritas existente. Infelizmente, um manifestante italiano morreu no conflito com a polícia paramilitar, esta morte não foi em vão, pois a revolta no espírito de Carlo Giuliano é a mesma revolta que existe dentro de cada um de nós e que nos dá força para continuar a lutar e não se deixar desanimar.
As nações mundiais que mais exploram os países do terceiro mundo, acentuando a cada dia as diferenças entre países ricos e pobres, estavam preparadas para uma verdadeira guerra, inclusive foram instalados mísseis apontados para os países considerados "não-simpatizantes" da causa globalizante, tais como : Iraque, Cuba e Palestina, pois temiam uma ataque surpresa por parte destes estados.
Aqui no Brasil, precisamente na cidade do Rio de Janeiro, uma ato foi organizado contra a reunião do G-8 e teve a participação de várias frentes. Grupos partidários e não-partidários de esquerda, MST, sindicatos, movimento negro, estudantes e Anarco-Punks. Enfim, cerca de aproximadamente mil pessoas num ato pouco divulgado aqui na cidade, tendo o objetivo de não alarmar e evitar uma mobilização antecipada da polícia.
A concentração se deu por volta das 16:00 horas na praça Cinelândia, centro do Rio de Janeiro, foi decidido por fazer uma marcha até o consulado dos Estados Unidos que se localizava a quinze minutos do local onde estávamos presentes. A caminhada fechou por minutos algumas das principais avenidas do centro da cidade por instantes. Ao chegarmos enfrente do consulado existia um pequeno aparato de policiais militares e seguranças do consulado que iam crescendo de número a proporção que o tempo passava.
Os Anarco-Punks presentes carregavam uma faixa improvisada, feita naquele mesmo momento, escrita a frase: ALCA = MISÉRIA, Diante da globalização do capital, globalizaremos a nossa revolta. Devido aos acontecimentos ocorridos em Brasília a algumas semanas atrás, os Punks estavam sendo bastante observados pela polícia militar. No meio de um protesto cercado por tradicionais discursos inoperantes e inflamados de líderes da "dita" esquerda partidária, resolvemos dar um basta na forma de como se conduzia a manifestação e partimos para a ação direta ao queimar uma bandeira dos Estados Unidos enfrente aos olhos atentos dos militares, essa atitude foi o suficiente para despertar o espírito da verdadeira contestação espontânea no restante dos manifestantes. Minutos depois, uma outra bandeira enorme dos E.U.A foi queimada pelos manifestantes, ato seguido por uma imensa chuva de pedras, paus, garrafas, bolas de tinta e ovos sobre o consulado norte-americano. A entrada principal do consulado ficou parcialmente destruída com algumas janelas quebradas.
Em seguida a policia militar percorreu entre os manifestantes com o intuito de efetuar algumas prisões, porém a forma oculta de como o ato agressivo foi realizado, ficava muito difícil identificar os manifestantes que partiram para a ação direta. Inclusive, um companheiro Anarco-punk foi intimado por um policial que o acusou de ter arremessado uma pedra contra ele, de fato, o Anarco-punk arremessou a pedra no policial.
No fim da manifestação, enfrente ao consulado, a policia chegou com mais reforços e iniciou a dispersão da multidão, foi realizada uma nova marcha de volta para a praça da Cinelândia onde os manifestantes presentes ficaram sendo observados por um contingente de militares.
Anarco Punx En Lucha!
Não Há Conforto com a ALCA!
A Revolta Social do Povo Explorado Continua!
Ação Direta Como Arma dos Movimentos Sociais!
Ricardo
rikkihistbol.com.br
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