LA PAZ, Bolívia (Reuters) - O presidente da Bolívia, Gonzalo Sánchez de Lozada, apresentou na sexta-feira sua renúncia em uma carta dirigida ao Congresso, disse um importante membro do governo.
19h59 - 17/10/2003
"A carta de renúncia foi enviada ao Congresso", afirmou a autoridade, que não quis ter sua identidade revelada.
A saída de Sánchez de Lozada acontece depois de um mês de manifestações populares contra as políticas neoliberais do governo. Durante os protestos generalizados, nos quais se pedia a deposição do dirigente, houve vários confrontos com a polícia e 74 pessoas foram mortas.
Na sexta-feira, muitos bolivianos já comemoravam a renúncia do presidente, dançando e batendo palmas nas ruas. Outros cantavam o hino nacional.
"Finalmente, o criminoso foi derrubado", disse Roberto de la Cruz, um líder sindical.
Horas antes, no mesmo dia, um partido da coalizão de Sánchez de Lozada retirou seu apoio ao governo enquanto dezenas de milhares de mineiros, agricultores e índios dirigiam-se para o centro colonial de La Paz (capital política do país).
Os manifestantes gritavam: "Renúncia, renúncia." E explodiam bananas de dinamite a duas quadras de distância do Palácio do Governo, cercado por soldados e veículos blindados.
Segundo analistas, a renúncia de Sánchez de Lozada deve provocar agora a escolha de um líder interino, como o respeitado vice-presidente Carlos Mesa, que uma vez empossado convocaria novas eleições.
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