Durante todo o mês de abril, o MST e os demais movimentos camponeses que fazem parte da Via Campesina em todo o mundo desenvolverão atividades de denúncia contra o latifúndio e a favor da Reforma Agrária. Homenageando os 19 sem terra mortos pela Polícia Militar no massacre de Eldorado dos Carajás no Pará, em 17 de abril de 1996, a Via Campesina Internacional, declarou esta data como o dia mundial de luta camponesa. No Brasil, por iniciativa da então senadora Marina Silva, foi decretado no ano passado pelo congresso e referendado pela presidência da Republica, dia Nacional de Luta pela Reforma Agrária.

Nesse contexto, se desenvolverão inúmeras atividades por todo o Brasil, como marchas, assembléias de sem terra, ocupações, passeatas, palestras e exposições para denunciar a continuidade do latifúndio no Brasil e a necessidade de uma verdadeira Reforma Agrária.

A Reforma Agrária, em sua essência, é a ação do governo em desapropriar os grandes latifúndios improdutivos e distribui-los para os pobres do campo trabalharem. E nessa ação governamental se realiza, então, um processo de democratização da propriedade da terra.

O país possui 27.556 latifundiários que possuem fazendas acima de 2 mil hectares, cerca de 43% de todas as terras brasileiras - o suficiente para assentar todos os brasileiros sem terra.

Os números da questão agrária nos remetem aos problemas de toda a sociedade brasileira:

• o Brasil possui o maior latifúndio do planeta, uma área de 4,5 milhões de hectares pertencente a construtora CR Almeida de Curitiba.
• A concentração de terras ocasiona o cultivo de apenas 40 milhões de hectares, ou seja, 10% do que poderíamos plantar.
• Empresas estrangeiras possuem no Brasil mais de 30 milhões de hectares de terra, sendo que a maioria das terras do município de Luis Eduardo Magalhães, no oeste da Bahia, já foi comprado por latifundiários dos estados Unidos.
• Nos Estados Unidos, a população carcerária e maior que a população que vive no meio rural.

Hoje, mais do que nunca, a reforma agrária é uma política necessária para resolver os problemas de toda a sociedade brasileira e não apenas dos trabalhadores rurais sem terra. Ela é imprescindível para o crescimento e a soberania nacional. A propriedade das terras deve pertencer aos brasileiros, para que possamos produzir alimentos para a população, gerar empregos no campo e mercado interno para a indústria. Essa política tende a melhorar consideravelmente a qualidade de vida de toda a sociedade, através da contenção do êxodo rural, que hoje provoca o inchaço populacional dos centros urbanos, a falta de emprego, fome e o aumento desenfreado da violência.

Breves

Novas ocupações marcam Campanha contra o Latifúndio em Pernambuco

Desde o último dia 29, o MST de Pernambuco está realizando uma série de ocupações em latifúndios improdutivos como forma de agilizar o processo de Reforma Agrária. As ocupações marcam o inicio das atividades do dia mundial de luta camponesa, criado em homenagem aos mortos no massacre de Eldorado dos Carajás. Quase 3.000 famílias realizaram as ocupações que se estenderam por 12 municípios do Estado.

Festa da Colheita em Goiás

No último final de semana de março, comemorou-se a II Festa da Colheita, no assentamento de Canudos, em Goiás. O assentamento é fruto de uma luta de cinco anos e que hoje comporta 350 famílias produzindo. A festa contou com a presença dos assentados e convidados amigos que apoiam a luta, apresentações culturais e grande participação dos estudantes da 26º Turma da Escola Nacional de Formação.

Jornal Brasil de Fato já está nas bancas

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Cartas

O MST está de parabéns com essa iniciativa anti- guerra. Violência gera violência. O povo norte -americano precisa mostrar a Bush que ele está sendo insano. Lucaseneiaaol.com

Obrigado pelo LetraViva, assim consegui o endereço eletrônico da embaixada dos EUA. Já mandei a mensagem. Um abraço, com paz, sem guerra! freildohotmail.com

Concordo plenamente com vocês. Imagino que nada nos resta a fazer, a não ser rezar para que essa guerra dure pouco.maxcompig.com.br

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