O circo global de manifestantes começou onterm e, até o dia 26, mostrará, novamente, para inimigos e aliados sua presença definitiva e incontestável na política contemporânea. As 50 000 pessoas em Seattle (Nov. 99), que fizeram ecoar pelo mundo novos valores políticos, se transformaram em 300 000 pessoas na cidade de Gênova (JUL. 01) e em 500 000, em Barcelona (MAI. O2). Sua aparição surpreendente e seu irresistível crescimento leva-nos a pensar que peso e importância terá num futuro próximo. Dado seu pragmatismo, o próprio movimento não se pergunta quanto a isso. Mas é possível perceber que o sonho dos ativistas, sobretudo aqueles que se consideram anticapitalistas, é confirmar e amplificar um diagnóstico do Serviço de Inteligência Canadense, ansioso por saber com quem estava lidando, às vesperas da Cúpula da Alca, em 20 de abril de 2001, em Québec: "... a ação direta está se infiltrando em todos os poros da sociedade".
A maneira pela qual o movimento pensa a ação direta causa um deslocamento de como habitualmente entendemos as grandes mudanças sociais. A ação direta suprime a distinção entre meios e fins, entre reforma e revolução, ela coloca em ato o que deveria ser.
Sevilha, 20 a 22/06: Manisfestações contra a reunião da União Européia: A Marcha-Caravana de Resistência Sociale, a cúpula do movimento no Fórum Social de Sevilha e o Carnaval contra o Capital se somam à greve geral iniciada com "cacelorazos" ontem e que foi estendida para hoje. Seguramente, esta greve espanhola marcada em repúdio às alterações das leis trabalhistas propostas pela União Européia foi a primeira sincronização de piquetes e manifestações trabalhistas com o chamado movimento antiglobalização. Um espírito de mobilizações públicas de presença massiva e diversificada vai se espraiando, seja nas passeatas do Orgulho Gay, seja nos dois milhões de pessoas que, em abril, tomaram as ruas de Roma também contra reformas às leis trabalhistas ou quando um milhão de franceses contrários a valores da ultra-direita, mais recentemente. Aliás, a forte reação à candidatura de Le Pen não se traduziu em voto para esquerda, social democrata ou não, depois de derrotarem Le Pen, a abstenção voltou a atingir altos índices nas eleições legsilativas; os rituais da democracia representativa cada vez seduzem menos (veja http://acp.sindominio.net/).
Oslo, segunda: a filial norueguesa do Reclaim the Streets, visam a disrupção da reunião do Banco Mundial. (veja http://indymedia.no/features/english/)
Canadá, 26/05: A tática dos burocratas globais para fugir da insurgência do movimento foi marcar suas reuniões para lugares quase inacessíveis (eles aprenderam com Brasília). A estréia foi na ditadura desérti ca de Doha, lá estava a OMC. Depois de Gênova, o G8 já se reuni desde hoje, em Kananakis, nas montanhas do Canadá, lá os manifestantes nem têm onde ficar, pois só há o grande hotel no qual ficarão os donos do poder. Assim parece que vai ser em outubro próximo, pois há rumores que a Cúpula da ALCA será em Galápagos. A OMC já marcou sua reunião de 2003, em Cancún. Mesmo assim o movimento avança; para o dia 26, os manisfestantes marcaram o "Take the Capital" em Ottawa, além das complicações que vão causar lá na montanha que hospeda a elite mundial. (veja: http://www.takethecapital.net/).
Tome cuidado!!! Pois em tempos de guerra contra o terrorismo mundial e a explosão da violência brasileira, não lhe é permitido saber sobre a construção da sociedade pela sociedade.
L.
Fraternidade
democracia direta, cooperativismo & ecologia
Lista de discussao brasileira do movimento anticapitalista global:
http://www.inventati.org/mailman/listinfo/antibid