Conferência da AGP no Vida após o Capitalismo

Date: Tue, 28 Jan 2003 00:55:09 +0000

Oi gente, desculpem-me colocar isso somente hoje aqui na lista, tenho estado bastante ocupado aqui em Porto Alegre. Tivemos um outro encontro hoje e assim que eu tiver escrito mais alguma coisa eu posto aqui.

Saúde

Felipe

Conferência da AGP no Vida após o Capitalismo
por Felipe Corrêa

Hoje, dia 25/01/2003, no prédio 11 da PUC do Rio Grande do Sul, realizou-se uma conferência da Ação Global dos Povos (AGP).

Os moderadores foram: Pablo Ortellado de São Paulo - Brasil e Andrej Grubacic da Iugoslávia. Primeiramente houve uma exposição por parte dos ativistas de diversas partes do mundo. Ativistas do Canadá (Vanessa - atuou na CLAC em Québec no início da AGP), Brasil (Felipe de São Paulo - membro do grupo Ação Local por Justiça Global), Argentina (Martin de Buenos Aires - envolvido com diversos coletivos que fazem parte do movimento de resistência global) e Itália (Blicero de Milão - voluntário do Centro de Mídia Independente) iniciaram a exposição contando ao público um pouco da história da AGP no mundo e como se desenvolveu a rede nos últimos anos. Falaram bastante também sobre as realidades locais de cada região e como os diferentes grupos, que atuam com base nos mesmos princípios, têm atuado localmente.

A partir de então, o debate foi aberto ao público, que contava com vários outros ativistas da AGP do Brasil de outros países. A troca de experiências foi riquíssima. Os participantes contaram que tipo de atividades estavam desenvolvendo e como estavam fazendo para trazer mais grupos e indivíduos para atuar na coalizão. Houve um debate sobre como os grupos mais radicais poderiam atuar com o setor menos radical quando as reivindicações fossem comuns.

As experiências relatadas pelo ativista da Argentina foram bastante importantes pois enfatizaram como o movimento de resistência global está se relacionando com os diversos grupos que tiveram destaques nos constantes protestos que se intensificaram a partir de Dezembro de 2001 e com a situação de crise, que acabou dando lugar a vários grupos de base que trabalham com processos de democracia direta e são horizontais.

Foram expostas também as dificuldades que os grupos da América Latina encontram para seguir o calendário internacional de mobilizações e teve início uma discussão de como os grupos poderiam trazer as questões e mobilizações dos dias de ação global, para uma luta mas local e cotidiana. O exemplo da ALCA foi usado e pareceu bastante claro, ou seja, um acordo de livre comércio que apesar de estar incluído na “agenda” dos protestos internacionais, tem muitas conseqüências em nível local e a conscientização das pessoas deve ser um fator chave na atuação dos grupos em sua realidade local.

Um ativista dos EUA fez uma exposição e contou do tipo de problema que os grupos e indivíduos estão tendo com a polícia depois dos ataques de 11 de Setembro. Colocou também que após os ataques, muitas pessoas que já estavam mobilizadas acabaram abandonando as atividades políticas com medo da repressão policial. Houve também a intervenção de um ativista Francês que criticou a coalizão por muitas vezes atuar como os movimentos sociais comuns? ao tentar agregar um número significativo de indivíduos e não prezar pelas opiniões políticas claras dos envolvidos.

Um outro fato interessante foi também a presença de grupos indígenas do Equador: Confederación Nacional Campesina, Confederación Indígena Del Ecuador e Grupo El Puente. Os grupos do Equador levantaram a importante questão de haver um encontro latino da Ação Global dos Povos a ser feito provavelmente em Setembro ou Outubro desse ano, criticaram também a forma como foi chamada essa conferência e disseram ter dificuldades de comunicação, por isso a necessidade de se programar algo com bastante antecedência.

Houve um ativista da África do Sul que deu seus relatos sobre a situação em seu país com depoimentos de como passam por dificuldades, além das financeiras, com a polícia que tem reprimido duramente os africanos envolvidos com a militância política. Disse também ter interesse em trabalhar com outros coletivos, além de ter simpatia pela forma como os grupos dentro da AGP trabalham.

Em torno de 150 pessoas estiveram no local e a troca de idéias continuou até por volta das 12h30. Acabou-se marcando para 2a feira, dia 27/01/03, às 18h30 no DCE da UFRGS - Rua João Pessoa 41 - em frente a Praça Argentina; um encontro latino dos grupos que estão em Porto Alegre para mais um sessão de troca de idéias e experiências


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