Alguns repudiam, outros adoram. Onde se posicionar diante do governo lula? Em busca de uma resposta.
Uma visita, varias posicoes.
FSM/LULA E UMA PERGUNTA
O autor deste texto não pertence a nenhum grupo político.
Começou mais um encontro de esquerda: o fórum social mundial. Oposição ao encontro de Davos, na Suíça, aquele deseja um outro mundo. Seria um outro mundo, mas possível? Talvez alguém pudesse responder. Muitas figuras, entre deputados, ativistas ecológicos, sindicalistas e intelectuais esboçarão conjecturas a cerca da realidade vigente. E aqui reside um problema: analise da realidade ou desejos sobre a realidade? Em geral, já fui militante de esquerda, os desejos falam bem mais alto. Ruptura com o FMI, Estatização de terras, bancos e industrias e confisco dos grandes devedores fazem parte do "cardápio".
Dizer que as massas estão rompendo com este governo, que a reforma da previdência foi uma traição e que uma direção pode levar os pobres e desvalidos a redenção, são, sem duvida, ideologia. Isso mesmo, aquela analisada por Marx na Ideologia Alemã. Falseamento da realidade, ilusão. Enfim, desejos e ideologias quase sempre caminham de mãos dadas. Que fique claro: vemos o desejar nas propostas supracitadas e a ideologia na analise da realidade.
O FSM é um evento com grande poder de massa, de subjetividade, mas que seja pratico. Que as idéias consigam sair do papel e chegar no real. E aqui, mais uma vez, é psicologicamente perigoso (vide decepção com Lula) vermos o mundo com óculos ideológicos. Maravilhoso seria se o idoso parasse de trabalhar aos 55 e que a remessa de lucros ao FMI fossem convertidos em esgoto, casas, hospitais e escolas. Não é assim que nosso mundo funciona.
As propostas são exeqüíveis? Quem romperia com um Credor mundial? Onde mais obter créditos após isto (quem falar China ou Cuba, errou)? Como estatizar tanta coisa? Indenizando os proprietários, mas onde existe esse super caixa que os governo ainda não encontraram?
Talvez o petismo esteja colocando "os pés no chão" no gerenciamento do Estado. Sem aventuras, sem desejos. Talvez Lula - nem socialista, social democrata ou "democrático e popular" - esteja fazendo o governo do possível. Sem títulos, adjetivos e outras saborosas idéias. Seria interessante observar a esquerda petista nas atuais prefeituras, na gestão, na relação com o funcionalismo e outros fatos onde o lulismo esteja "errando". Acredito que não será diferente. O real tem sua lógica, independente de ser A ou B.
Em tempo: rupturas e estatizações ainda podem acontecer. Mas para isso é necessário ocorrer um fenômeno excepcional, impar, singular: a revolução socialista.
Quem faz a primeira aposta?
X20
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