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Chamado à ação contra a Conferência Ministerial da Organização Mundial do Comércio, em Hong Kong (14 - 18 de dezembro)
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*10 anos da OMC - 10 anos de saques e destruição*

Durante os 10 anos de existência da Organização Mundial do Comércio (OMC), temos tido que enfrentar a sua interferência cada vez maior em nossas vidas. Seu projeto de criar um mercado único global constitui uma grande ameaça para as diversidades do mundo. Todos os países estão modificando suas leis, inclusive suas constituições, para se ajustar às exigências da OMC. A expansão dos monopólios e do controle das multinacionais por meio das privatizações supõe que o acesso à água, terra, semente, florestas e recursos naturais se converteu numa luta constante para os pobres do mundo. As conseqüências são devastadoras para muitas vidas, por exemplo, mais de 50.000 camponeses da Índia se suicidaram nos últimos 10 anos devido à liberalização agrícola imposta pela OMC. Por isso, milhões de camponeses, trabalhadores rurais, índios, pescadores e outros habitantes do meio rural se vêm forçados a abandonarem seus lares e se mudar para as favelas das grandes cidades, ou seja, a deixar suas vidas de trabalho em troca de miséria, discriminação e opressão.

Além de destruir as formas de vidas rurais, as leis da OMC aumentam, de forma direta, a mudança climática e liquidam a biodiversidade, com efeitos destrutivos para o futuro do planeta em seu conjunto. Também incrementam a concentração de riqueza e poder e alimentam a exploração dos trabalhadores, em todo o mundo, ao dar liberdade de movimento de ao dinheiro e às mercadorias. No entanto, os seres humanos dos países empobrecidos se vêem privados dessa liberdade e quem tenta escapar da miséria, viajando aos países que roubam suas riquezas, são objetos de cada vez mais racismo, violência e exploração. As leis da OMC também regulam o desmantelamento dos serviços públicos, de muitas políticas de bem-estar com conseqüências devastadoras, especialmente, para as mulheres, crianças e idosos. Por último, contribuem para a destruição da diversidade cultural e das culturas indígenas, ao forçar a propriedade privada do conhecimento e de formas de vidas e permitir aos meios de comunicação ocidentais expandir seu poder e influência, com efeitos terríveis quanto à manipulação da informação e a destruição dos valores humanos.

O capitalismo é antidemocrático por natureza e sendo uma de suas principais ferramentas, a OMC também é antidemocrática. Ele se baseia em governos nacionais não democráticos em todo o mundo (também nos governos supostamente democráticos), cujas políticas econômicas são ditadas pelo capital. Essa falta de democracia se vê refletida na crescente violência contra os protestos e movimentos, na perda de liberdade e nas guerras de agressão neo-colonial para o controle de recursos naturais, disfarçadas em uma suposta "guerra contra o terror". Portanto, há uma necessidade cada vez maior de construir alternativas descentralizadas desde abaixo.

Os oprimidos de todo o mundo devem trabalhar em solidariedade contra o "consenso" artificial da OMC se queremos alcançar uma mudança positiva. O OMC está conectada às instituições globais como G8, o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial, além dos processos de integração econômica e tratados de livre comércio. Todos eles são manipulados pelas multinacionais e pelas potências mundiais.

Os primeiros Dias de Ação Global contra o Capitalismo aconteceram, em 1998, coincidindo com a Conferência Ministerial da OMC, em Genebra, e da Cúpula do G8, no Reino Unido. Um crescente "movimento de movimentos" se desenvolveu em parte devido a essas mobilizações e agora é mais importante do que nunca que voltem a florescer.

Animamos a grupos, ativistas e movimentos de todo o mundo para que sejam parte deste esforço coletivo e organizem ações descentralizadas, de qualquer tamanho e em qualquer lugar, contra a Conferência Ministerial da OMC de Hong Kong (14 - 18 de dezembro de 2005). Esta cúpula terá lugar em uma fortaleza empresarial protegida pelo mar para impedir ações diretas efetivas. Mas não os deixaremos se esconder dos danos que têm causado às pessoas e povos de todo mundo. Uma grande diversidade de ações poderia conter as sementes de nosso futuro, ações em oposição e proposição, em resistência e criação.

A luta contra a OMC está viva em todo o mundo, pois é necessário resistir contra aplicação de suas regras e leis em escala nacional e contra o capitalismo em escala global.

Compartilhe seus relatos de resistência contra a OMC com o resto do mundo usando a Indymedia (www.indymedia.org) e outras redes de meios alternativos, tais como, o (www.all4all.org). Pretendemos usar seus informes para criar um bolhetim da Ação dos Globos dos Povos, impresso e em formato eletrônico, para circular em todo o mundo, aumentar o conhecimento mútuo e expandir a resistência.


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