nós não iremos ao autoproclamado Forum Social Mundial. Em nosso coletivo, há um "consenso" de que tal Forum é a tentiva dos setores da esquerda tradicional, a velha esquerda estatista e burocrática, de apropriar-se da luta contra a "globalização" capitalista numa perspectiva nacional - desenvolvmentista. É a esquerda que quer o capitalismo "humanizado"; que quer "socializar" a mercadoria; que quer governar o Estado.Não é à toa que se realizará em Porto Alegre, escolhida, aliás, como capital permanente do evento: é o laboratório dos governos da esquerda oficial em nosso país, com o PT à frente.
O Forum é uma articulação que vai desde a Conferência dos Bispos Católicos (CNBB), passando pela degradada CUT, os partidos da esquerda institucional, o MST, até organizações empresariais.
A estrutura do Forum é hierárquico, verticalizado, como sói de ser esses eventos da esquerda burocrática. Palestrantes/conferencistas, de um lado, e, de outro, público espectador. Não tem nada a ver com as nossas experiências horizontais, democráticas, autônomas, organizadas desde baixo, como no N30, M1, S26 e assim por diante. Aliás, é preciso que se diga: nenhum dos grupos que estão organizando o FSM participou de nenhum dos dias de ação global contra o capitalismo!!!! Eles não se sentiriam bem: o que eles sabem fazer são os velhos congressos de "representantes" que não representam ninguém, manifestações que mais parecem "showmícios", campanhas eleitorais mais estetizadas do que as dos partidos tradicionais da burguesia...
O que eles querem com esse Forum?
- Apropriar-se de uma luta da qual não participam: os dias de ação global conta o capitalismo;
- Absorver a crítica anticapitalista numa elaboração de um projeto de administração capitalista, cujo centro a ilusão de uma política de "desenvolvimento nacional";
- catapultar-se eleitoralmente como alternativa de governo.
Nós não vamos ao Forum Social Mundial. Nem nós, nem a grande maioria (se não a totalidade) dos grupos que vêm participando das lutas em nosso país contra a farsa dos 500 anos, das ações globais, que rejeitaram a burocratização e a partidarização do II Encontro Americano pela Humanidade e contra o Neoliberalismo...